segunda-feira, 5 de agosto de 2019
As estruturas narrativas
Fiquei sabendo que "a passagem de (...) da adolescência à virilidade é marcada quase unicamente pelo fato de ele começar a falar: "todos se espantavam de que, os dentes plantados nos lábios, (...) ousasse lhes falar de tão alto". Falar é assumir uma responsabilidade, eis porque é também correr um perigo."
Alegoria
A literatura é como um prédio com vários apartamentos. Os apartamentos são gêneros e cada um tem quartos onde vivem muitos filhos. E esses filhos brincam com os filhos dos apartamentos vizinhos.
De vez em quando temos novos moradores e casamentos. Separações. Mas esse nem é o problema! O problema é quando vem um fofoqueiro - sempre aqueles críticos - se meter a falar da vida de quem vive no grande prédio sem nunca ter sequer entrado nele.
Bom, de qualquer forma, estão todos vivos e passam bem, porque a literatura não existe para os críticos, mas eles dependem dela.
O que aprendi lendo TODOROV.
De vez em quando temos novos moradores e casamentos. Separações. Mas esse nem é o problema! O problema é quando vem um fofoqueiro - sempre aqueles críticos - se meter a falar da vida de quem vive no grande prédio sem nunca ter sequer entrado nele.
Bom, de qualquer forma, estão todos vivos e passam bem, porque a literatura não existe para os críticos, mas eles dependem dela.
O que aprendi lendo TODOROV.
quinta-feira, 20 de junho de 2019
Transição
Espero que seja a última vez que falo sobre isso. Sabe quando o problema persiste por tanto tempo que você até se cansa de falar dele? Já encheu o saco de pessoas (e várias vezes da mesma pessoa) e não aguenta nem ouvir a sua própria voz falando sobre isso.
É o meu caso.
Fiz um tratamento na raiz lá na Érica que baixou que foi uma beleza o topinho do meu cucuruto. Chega de chapinha a cada dois dias. Chega de me atrasar para passear ou trabalhar (por esse motivo ^^"). Élcio estava certo quando me disse que na vida adulta as pessoas também passam por uma fase de afirmação. E parece que o mundo inteiro queria participar com os olhos bem atentos para o que eu fazia ou não com meu cabelinho. E esses olhos eram mais "cobradores" que "ajudadores".
Enfim, depois desse tratamento está tudo ótimo, tudo lindo, tem ondinhas, não estou me sentindo horrorosa. Tudo ficou bem.
Agora a dúvida é outra: deixo crescer ou faço umas luzinhas azuis? >\\<
É o meu caso.
Fiz um tratamento na raiz lá na Érica que baixou que foi uma beleza o topinho do meu cucuruto. Chega de chapinha a cada dois dias. Chega de me atrasar para passear ou trabalhar (por esse motivo ^^"). Élcio estava certo quando me disse que na vida adulta as pessoas também passam por uma fase de afirmação. E parece que o mundo inteiro queria participar com os olhos bem atentos para o que eu fazia ou não com meu cabelinho. E esses olhos eram mais "cobradores" que "ajudadores".
Enfim, depois desse tratamento está tudo ótimo, tudo lindo, tem ondinhas, não estou me sentindo horrorosa. Tudo ficou bem.
Agora a dúvida é outra: deixo crescer ou faço umas luzinhas azuis? >\\<
segunda-feira, 6 de maio de 2019
A fase do pessimismo
Você não sabe escrever.
Você não tem tempo pra ler.
Você não tem emprego de carteira assinada.
Você só consegue pensar em como o mundo é difícil do lado de fora.
Você já tem 24.
Você fez errado em amar a Letras.
Você deveria ter feito (direito, administração, qualquer outro curso valorizado financeiramente).
Você está sofrendo porque a ama mesmo assim.
Você não tem tempo pra ler.
Você não tem emprego de carteira assinada.
Você só consegue pensar em como o mundo é difícil do lado de fora.
Você já tem 24.
Você fez errado em amar a Letras.
Você deveria ter feito (direito, administração, qualquer outro curso valorizado financeiramente).
Você está sofrendo porque a ama mesmo assim.
O discurso da formatura
A gente passa 13 períodos para entender que o poder da linguagem é se comunicar pra chegar na hora, na frente dos familiares, e reproduzir palavras difíceis, truncadas, construções longuíssimas, superlativos absolutos sintéticos que ninguém a nossa frente vai acompanhar. De que adianta fazer um discurso se só te ouve quem está às suas costas?
De que adianta ser tão culto, cheio dos verbetes, vocábulos, sintagmas, signos e significados, se você está fazendo as pessoas dormirem?
Se depois do teu discurso tem um abismo no lugar do palco?
Aí o estudante de letras se torna um personagem distante, elevado pelas palavras. Não se trata de degraus, o diálogo é uma estrada, daquelas retas mesmo.
De que adianta ser tão culto, cheio dos verbetes, vocábulos, sintagmas, signos e significados, se você está fazendo as pessoas dormirem?
Se depois do teu discurso tem um abismo no lugar do palco?
Aí o estudante de letras se torna um personagem distante, elevado pelas palavras. Não se trata de degraus, o diálogo é uma estrada, daquelas retas mesmo.
Book
É que o único book que as pessoas leem, é o Face. Para ganhar joinhas e corações virtuais, para ganhar aprovação dos próprios amigos.
Metrô de Antero de Quental: o Elvis vê uma
menina branca de cabelo colorido abraçando outra
// // // // //.
É uma militância por aceitação sem fundamento. Porque você dá uma de rebelde, sendo que no seu próprio grupo, e você só vive nele, todos aceitam aquele modelo. Não sai dali, não vai pra fora, não causa nada, não.
Não era sobre aquelas meninas, não era sobre o nome, CPF delas. É sobre um modelo que se repete e a bolha, que não vai se romper, tá virando bola de bilhar (porque se fosse de vidro ainda tinha salvação).
Eu não sei se é egocentrismo ou "ignorantismo" mesmo.
Metrô de Antero de Quental: o Elvis vê uma
menina branca de cabelo colorido abraçando outra
// // // // //.
É uma militância por aceitação sem fundamento. Porque você dá uma de rebelde, sendo que no seu próprio grupo, e você só vive nele, todos aceitam aquele modelo. Não sai dali, não vai pra fora, não causa nada, não.
Não era sobre aquelas meninas, não era sobre o nome, CPF delas. É sobre um modelo que se repete e a bolha, que não vai se romper, tá virando bola de bilhar (porque se fosse de vidro ainda tinha salvação).
Eu não sei se é egocentrismo ou "ignorantismo" mesmo.
terça-feira, 9 de abril de 2019
A saga crepúsculo
As linhas acabaram, a encomenda dos elefantes é para o dia 16 de maio, mas a chuva no Rio de Janeiro fez o trânsito e o trabalho virarem de cabeça para baixo. Por conta disso, decidi relaxar e procurar algo para ver na TV.
Estava passando Amanhecer Parte 1, já no casamento deles, o comecinho já tinha passado, mas decidir ver tudo de novo (eu estou ficando cada vez melhor nisso de rever filmes). Vi o filme com novos olhos, afinal, eu não estou apaixonada pelos livros, nem tenho os mesmos hormônios ou pensamentos sobre romances platônicos.
Aí fui descobrindo a história de novo e me dei conta de que apesar de muito clichê e previsível, o que eu gostava era justamente isso: amorzinho fofo, melequento, pra sempre. Fiquei nervosa e não consegui ver direito a cena do parto (de novo). Acabou, os olhos de vampira da Bella se abriram e foi isso. Me deu vontade de tentar ler os livros novamente só pra saber como vai ser porque tem dez anos que eu os li.
Eu gosto de romances bobos, me envolvo, sempre gostei. Não tem problema continuar gostando de Crepúsculo, pombas. É só não aloprar no nível de uma adolescente.
Estava passando Amanhecer Parte 1, já no casamento deles, o comecinho já tinha passado, mas decidir ver tudo de novo (eu estou ficando cada vez melhor nisso de rever filmes). Vi o filme com novos olhos, afinal, eu não estou apaixonada pelos livros, nem tenho os mesmos hormônios ou pensamentos sobre romances platônicos.
Aí fui descobrindo a história de novo e me dei conta de que apesar de muito clichê e previsível, o que eu gostava era justamente isso: amorzinho fofo, melequento, pra sempre. Fiquei nervosa e não consegui ver direito a cena do parto (de novo). Acabou, os olhos de vampira da Bella se abriram e foi isso. Me deu vontade de tentar ler os livros novamente só pra saber como vai ser porque tem dez anos que eu os li.
Eu gosto de romances bobos, me envolvo, sempre gostei. Não tem problema continuar gostando de Crepúsculo, pombas. É só não aloprar no nível de uma adolescente.
segunda-feira, 1 de abril de 2019
Amigurumi
Estava conversando com a Bruna um dia desses de fevereiro sobre o aniversário de dois aninhos da Catarina (que vai ser de gatinhos) quando tivemos a ideia de acrescentar detalhes feitos a mão a base de linha: amigurumis*. A princípio, tive receio porque eu sempre achei crochê a mais difícil das artes com linha. As peças são muito detalhadas, minha avó sempre dizia que eu tinha que aprender as correntinhas "que são a base de tudo".
Bruna me passou um vídeo "Amigurumi do Zero" de um canal que começou em 2015 (acho), chamado Two Bee. Quem falava era uma menina muito simpática, que tinha muita paciência e ensinava o passo a passo sem pressa. Ficou acordado que, se eu conseguisse fazer, e não me incomodasse, eu faria alguns gatinhos para o aniversário da Catarina. Comprei um novelo cinza (para retratar o Godric), uma agulha 2,5 mm e comecei.
Ainda me falta aprender muuuuuuuuuuuuita coisa, mas com o tempo, fui me inteirando sobre o assunto e já tenho até uma encomenda oficial: um elefantinho azul.
*O amigurumi é uma técnica de origem japonesa, por isso tem esse nome *.* Mas a técnica é utilizada por muitos países diferentes, tem receita em inglês, em russo, em mandarim...
Obs. Inventei de fazer 5 gatos brancos e 5 cinzas para o aniversário da pequena :3
Bruna me passou um vídeo "Amigurumi do Zero" de um canal que começou em 2015 (acho), chamado Two Bee. Quem falava era uma menina muito simpática, que tinha muita paciência e ensinava o passo a passo sem pressa. Ficou acordado que, se eu conseguisse fazer, e não me incomodasse, eu faria alguns gatinhos para o aniversário da Catarina. Comprei um novelo cinza (para retratar o Godric), uma agulha 2,5 mm e comecei.
Ainda me falta aprender muuuuuuuuuuuuita coisa, mas com o tempo, fui me inteirando sobre o assunto e já tenho até uma encomenda oficial: um elefantinho azul.
*O amigurumi é uma técnica de origem japonesa, por isso tem esse nome *.* Mas a técnica é utilizada por muitos países diferentes, tem receita em inglês, em russo, em mandarim...
Obs. Inventei de fazer 5 gatos brancos e 5 cinzas para o aniversário da pequena :3
Quando foi a última vez?
Que você se emocionou com um poema
Que você se permitiu apenas estudar um assunto sem pressa ou pressão de ser útil para o seu portfólio
Quando foi que a vida se transformou nesse "cara crachá" - porque a gente ria achando que era do outro, mas será que olhando de fora rimos de nós mesmos?
Encontrei um poeta na saída do metrô, olhei pra ele com um sorriso e ele disse: "Finalmente! Alguém me deu atenção"
Que pressa é essa? Pra onde você vai que não cabe poesia, que não cabe uma livraria?
Que você se permitiu apenas estudar um assunto sem pressa ou pressão de ser útil para o seu portfólio
Quando foi que a vida se transformou nesse "cara crachá" - porque a gente ria achando que era do outro, mas será que olhando de fora rimos de nós mesmos?
Encontrei um poeta na saída do metrô, olhei pra ele com um sorriso e ele disse: "Finalmente! Alguém me deu atenção"
Que pressa é essa? Pra onde você vai que não cabe poesia, que não cabe uma livraria?
domingo, 20 de janeiro de 2019
Narrativa estacionada
Tenho uma história entalada
na garganta.
Mas, coitada, ela
não tem tempo nem
de ser um verso.
na garganta.
Mas, coitada, ela
não tem tempo nem
de ser um verso.
Desafio dos "dez" anos 2010 - 2019
Sinto falta da biblioteca daqui de perto de casa. Era tão rápido chegar lá, eu conhecia as pessoas, eram pessoas boas, simpáticas. E tinha um jardim, ar condicionado, vários livros e quadrinhos que eu queria ler.
Lembro de ter ido lá uma vez pra estudar mesmo. Levei os cadernos, separei uma daquelas mesas redondas só pra mim. Acho que queria estudar geografia... Algo me diz que tinha marca texto e eu só usava o marca texto no livro de geografia. Fiz várias anotações nele também.
Eu fui sozinha nesse dia para estudar. Não que eu fosse sempre sozinha pra lá, porque levei muita gente pra conhecer a biblioteca, muita mesmo. Tem outra biblioteca por aqui, mas ela não é tão perto assim, é pra lá da casa da avó do Lucas, quase chegando na praça Saens Pena. Com esse sol na minha cabeça, dá até desanimo ir andando até lá e tem aquele outro motivo... Que eu não sei bem o nome. Mas sei que tem e que essa biblioteca distante não é igual a minha aqui de perto.
Tinha um ninho de passarinho na janela da minha sala preferida. E portas de vidro na sala com ar condicionado que davam para o jardim.
Será que eu conseguiria estudar lá hoje em dia? (mesmo que não fosse geografia)
Lembro de ter ido lá uma vez pra estudar mesmo. Levei os cadernos, separei uma daquelas mesas redondas só pra mim. Acho que queria estudar geografia... Algo me diz que tinha marca texto e eu só usava o marca texto no livro de geografia. Fiz várias anotações nele também.
Eu fui sozinha nesse dia para estudar. Não que eu fosse sempre sozinha pra lá, porque levei muita gente pra conhecer a biblioteca, muita mesmo. Tem outra biblioteca por aqui, mas ela não é tão perto assim, é pra lá da casa da avó do Lucas, quase chegando na praça Saens Pena. Com esse sol na minha cabeça, dá até desanimo ir andando até lá e tem aquele outro motivo... Que eu não sei bem o nome. Mas sei que tem e que essa biblioteca distante não é igual a minha aqui de perto.
Tinha um ninho de passarinho na janela da minha sala preferida. E portas de vidro na sala com ar condicionado que davam para o jardim.
Será que eu conseguiria estudar lá hoje em dia? (mesmo que não fosse geografia)
segunda-feira, 7 de janeiro de 2019
São 4:10 da manhã
Estou de calcinha e sutiã e to me sentindo dona do mundo.
Sou gata, hein.
Queria ver o dia nascer, mas sei lá, amanhã é segunda.
Algo me diz que o sol que nasce no sábado é mais bonito.
Sou gata, hein.
Queria ver o dia nascer, mas sei lá, amanhã é segunda.
Algo me diz que o sol que nasce no sábado é mais bonito.
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