O vandalismo na porta da UERJ me fez rir mais do que eu deveria. Eu sabia que era errado, que jamais faria algo assim, mas o sentimento de ver o nome da minha casa, num lugar em que eu ainda não pertencia, falou mais alto e eu ri sem parar por uns dez minutos. Depois disso eu não conseguia passar por aquele corredor sem olhar pra porta com carinho e ver que aquele vandalismo escancarado tinha um pedacinho de mim e, mesmo que isso não faça o menor sentido, esse foi um fator que me fez sentir pertencente à FFP a partir daquele dia.
Esses dias, no trabalho, peguei a demanda de uma fornecedora para avaliar e a primeira questão tinha um poema do Eucanaã Ferraz. Olha. Eu não sou grande conhecedora de poesia, nem sei avaliar o nível de fama dos poetas contemporâneos, mas algo me disse que essa fornecedora tinha que ter tido aula com ele na UFRJ pra chegar ao ponto de colocar um poema dele na demanda de elaboração. A questão estava bem ruim, tive que refazer e tirar o poema dele de lá, porque não servia para o propósito gramatical que estávamos buscando avaliar. Ainda assim, aquele pedacinho de Rio de Janeiro num trabalho que me transporta diariamente a Minas todos os dias me deixou muito feliz.
Tenho estado assim ultimamente, procurando familiaridade nas coisas, me sentindo estrangeira nos lugares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário