Com a terapia aprendi em não dar mais "murro em ponta de faca".
No lugar de passar algumas horas ou um dia inteiro remoendo uma situação, sentindo-me completamente perdida, consigo olhar para ela por um instante para identificar, pelo menos, se aquilo é compatível com o que penso ou acredito. Se acordo bem disposta e com ânimo, entendo que parte disso tem relação com a qualidade do meu sono. E se acontece o contrário, sei que, se dormir ou respeitar a prática de higiene do sono, a chance do meu bom humor e da minha disposição voltarem é grande.
Se começo a me sentir abarrotada, procuro minha agenda, anoto no papel que estiver a minha frente. Sempre que posso, executo a tarefa na mesma hora para não dar chance à procrastinação. Na última semana estive consciente sobre o tamanho da carga que tenho assumido e aceitado, sabendo que não daria conta.
O que eu fiz? Aceitei mesmo assim, sabendo das consequências. Fui lá e vivi o que me propus, resultado: atrasei prazos, não tive tempo de descanso, mudou meu humor, tive dor de cabeça, fiquei doente. Não surtei quanto aos prazos, expliquei o nível de complexidade do trabalho para meu colega da editora. Jurei que nunca mais aceitaria o mesmo valor pelo mesmo trabalho. Num rompante, quando estava perto de acabar a demanda e, sabendo que meu prazo tinha sido aumentado, tive uma reação adversa à responsabilidade, mas muito comum pra mim. Passei horas do dia vendo uma série, porque já estava rouca e cansada. Bom, o que importa é que identifiquei o padrão e reconheci atitudes. Antes, eu teria surtado por atrasar prazos, não entenderia a causa da dor de cabeça e nem da doença. O corpo dá sinais óbvios que muitas vezes eu interpretei como acaso.
Eu tenho falado abertamente sobre a terapia no meu dia a dia, sobre como me ajudou. Semana passada mesmo eu estava na copa do curso conversando sobre pensamentos automáticos e sistema de crenças. Tudo isso porque muita gente estava desistindo do curso aos poucos.
Essa semana encontrei novos conflitos. É verdade que não tenho conflitos toda semana, mas essa, em especial, refleti e refleti pensando nas outras vezes que tive a mesma sensação, o que eu fiz para resolver e o que posso fazer hoje. Posso fazer diferente? Qual é a emoção que estou sentindo?