quarta-feira, 22 de março de 2023

à moda de

 O descolado, o maneiro, o popular, o top, o... Como que diz agora? Sei lá, esse negócio que tem prestígio e os jovens acham maneiro. O <isso aí que estou tentando dizer> era ter um tumblr. Mas eu tinha um blog. Eu tinha um blog quando já nem era moda ter blog, mas, pomba, eu gostava muito do meu blog. Ok. Fui criar um tumblr pra ser descolada e colocar pra fora todo drama sexual, triste adolescente. Nada a ver com o que eu postava no meu blog (anime, receitas, músicas, crônicas, sei lá o que mais eu postava no caderno perdido). 

Eu não faço ideia de como acessar meu antigo tumblr. Eu não sei nem o nome que tinha dado a ele. Isso existia em tumblr? Dar um nome à página? Eu sei que hoje em dia, quando quero achar uma imagem bonitinha pra um texto ainda escrevo "amizade tumblr, aniversário tumblr, <sei lá o que> tumblr" na pesquisa.  Hoje em dia é aesthetic que fala. Até eu me lembrar de como escrevo esse negócio já digitei "tumblr" e encontrei o que queria.

Procrastinação criativa

Eu passei tantas horas falando "Alternativa incorreta" para terminar a demanda de gravação de questões da demanda do SAS que acabei me lembrando daquelas balanças de farmácia que falavam "introduza a moeda" e desde então não consigo falar "alternativa incorreta" sem fazer uma voz engraçada. 


Parabéns

 


Que seu dia tenha sido muito feliz e que todos os seus sonhos se realizem.

domingo, 19 de março de 2023

Porto Alegre

 São muitos anos sendo um lugar no país, outros tantos sendo uma música da Fresno e agora você é uma pessoa. Agradeço ao acaso por ter te conhecido, que o tempo seja bom com a nossa amizade. Nada como ficar vendo o filme do Homem Aranha para me sentir perto de você kkkk




sexta-feira, 17 de março de 2023

Martha Medeiros

Urgência emocional

Se tudo é para ontem, se a vida engata uma primeira e sai em disparada, se não há mais tempo para paradas estratégicas, caímos fatalmente no vício de querer que os amores sejam igualmente resolvidos num átimo de segundo. Temos pressa para ouvir “eu te amo”. Não vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras de convívio: somos namorados, ficantes, casados, amantes? Urgência emocional. Uma cilada. Associamos diversas palavras ao AMOR: paixão, romance, sexo, adrenalina, palpitação. Esquecemos, no entanto, da palavra que viabiliza esse sentimento: "paciência". Amor sem paciência não vinga. Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência, com fome desesperada. É uma refeição que pode durar uma vida.


Lispector: primeiro o medo, depois o acolhimento

 Ser cronista

Sei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no assunto.

Crônica é um relato? É uma conversa? É um resumo de um estado de espírito? Não sei, pois antes de começar a escrever para o Jornal do Brasil, eu só tinha escrito romances e contos.

E também sem perceber, à medida que escrevia para aqui, ia me tornando pessoal demais, correndo o risco deem breve publicar minha vida passada e presente, o que não pretendo. Outra coisa notei: basta eu saber que estou escrevendo para jornal, isto é, para algo aberto facilmente por todo o mundo, e não para um livro, que só é aberto por quem realmente quer, para que, sem mesmo sentir, o modo de escrever se transforme. Não é que me desagrade mudar, pelo contrário. Mas queria que fossem mudanças mais profundas e interiores que não viessem a se refletir no escrever. Mas mudar só porque isso é uma coluna ou uma crônica? Ser mais leve só porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros quero profundamente a comunicação profunda comigo e com o leitor. Aqui no Jornal apenas falo com o leitor e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não estou contente.

Clarice Lispector

Terapia

 Com a terapia aprendi em não dar mais "murro em ponta de faca".

No lugar de passar algumas horas ou um dia inteiro remoendo uma situação, sentindo-me completamente perdida, consigo olhar para ela por um instante para identificar, pelo menos, se aquilo é compatível com o que penso ou acredito. Se acordo bem disposta e com ânimo, entendo que parte disso tem relação com a qualidade do meu sono. E se acontece o contrário, sei que, se dormir ou respeitar a prática de higiene do sono, a chance do meu bom humor e da minha disposição voltarem é grande.

Se começo a me sentir abarrotada, procuro minha agenda, anoto no papel que estiver a minha frente. Sempre que posso, executo a tarefa na mesma hora para não dar chance à procrastinação. Na última semana estive consciente sobre o tamanho da carga que tenho assumido e aceitado, sabendo que não daria conta. 

O que eu fiz? Aceitei mesmo assim, sabendo das consequências. Fui lá e vivi o que me propus, resultado: atrasei prazos, não tive tempo de descanso, mudou meu humor, tive dor de cabeça, fiquei doente. Não surtei quanto aos prazos, expliquei o nível de complexidade do trabalho para meu colega da editora. Jurei que nunca mais aceitaria o mesmo valor pelo mesmo trabalho. Num rompante, quando estava perto de acabar a demanda e, sabendo que meu prazo tinha sido aumentado, tive uma reação adversa à responsabilidade, mas muito comum pra mim. Passei horas do dia vendo uma série, porque já estava rouca e cansada. Bom, o que importa é que identifiquei o padrão e reconheci atitudes. Antes, eu teria surtado por atrasar prazos, não entenderia a causa da dor de cabeça e nem da doença. O corpo dá sinais óbvios que muitas vezes eu interpretei como acaso. 

Eu tenho falado abertamente sobre a terapia no meu dia a dia, sobre como me ajudou. Semana passada mesmo eu estava na copa do curso conversando sobre pensamentos automáticos e sistema de crenças. Tudo isso porque muita gente estava desistindo do curso aos poucos.  

Essa semana encontrei novos conflitos. É verdade que não tenho conflitos toda semana, mas essa, em especial, refleti e refleti pensando nas outras vezes que tive a mesma sensação, o que eu fiz para resolver e o que posso fazer hoje. Posso fazer diferente? Qual é a emoção que estou sentindo? 

segunda-feira, 13 de março de 2023

Não à toa guardo minha prova do ENEM 2013

Eu me lembro de quando era vestibulanda e levava uma caixa de guloseimas para a prova. Lembro-me de passar longos minutos me enchendo de suco, água, club social e bolinho Ana Maria (pacote prateado com roxo, chocolate com gotas de chocolate, meu preferido). Eu não sei se já tinha consciência de que não era fome e só ansiedade, mas me lembro de comer. Também lembro de sair da prova e por muitos anos falar sobre um texto base de questões da UERJ (o que falava sobre críticos não terem nenhum tipo de formação para serem críticos). Eu cheguei a fazer um texto sobre os críticos, pensando nesse texto da prova da UERJ. Claro que todo mundo tem muitas provas na vida, mas até a do ENADE eu tive que fazer. Veja bem, a prova acontece de tempos em tempos, nem todos os alunos de faculdades públicas precisam fazer, mas logo no meu ano houve a necessidade. Dava ponto na faculdade? Não. Dava ponto na vida de alguma forma? Não. Pois eu fui lá pra Ilha do Governador e me dediquei para a prova. Fiz a prova saboreado cada um dos textos e fiz questão e tratá-la com o devido respeito e consideração. 

Claro que nem só de histórias bonitas vive meu relacionamento com as provas, eu também derramei água no cartão resposta da minha primeira tentativa de exame de múltipla escolha da UERJ (olha ela de novo) e fiquei inocentemente na frente do ar condicionado esperando secar o único e intransferível cartão resposta que tinha pra marcar. Eu também me lembro de como deixei as lágrimas rolarem diante da prova de Sintaxe, da professora Violeta, na faculdade. 

Bom, tudo isso porque há anos venho trabalhando com provas de muitos tipos. Será que eu, mesmo que inconscientemente, já sabia que teria uma firme relação com as provas? O que eu sei é que também me lembro de dizer "A prova da UERJ é linda" e meu irmão achar bastante esquisito eu ter ficado discursando sobre a maneira construtiva que ela tinha me cobrado os conteúdos do que propriamente se eu tinha ido bem ou mal. Um salve para a prova da UERJ e pra essas questões do Enem que me apresentaram obras literárias e reflexões tão importantes.

Questão 6, 7, 13, 14, 15, 19, 21, 27, 29, 41, 42. Caderno amarelo.

sexta-feira, 10 de março de 2023

Minha sina

 Um dia as músicas românticas e antigas vão ser só minhas. Até lá eu vou ouvindo as pobres das músicas pensando em mim e outro candango. 

"Please give me one more night, just give me that one more night"

quinta-feira, 2 de março de 2023

A sensação de pertencimento e a velha história da ovelha negra

 Das dicotomias que governam esse mundo, o integrado e o excluído é das mais palpáveis. Por alguma razão que desconheço (mas que a antropologia sabe e um dia eu vou estudar esse negócio), praticamos a mitose social constantemente. Nos dividimos em grupos, subgrupos, mini grupos, quintetos, trios e duplas. Independente do tamanho da turma, há um universo do qual fazemos parte. 

Ao mesmo tempo, identificamos e apontamos o indivíduo que por alguma outra razão desconhecida (e talvez no entendimento dessas razões desconhecidas estejam todas as respostas) preferiu ficar sozinho. Note, ele preferiu, ele escolheu. 

Tudo isso porque estava conversando com a Bruna e ela disse, sem a menor pretensão de me causar uma epifania: 

[11:09, 02/03/2023] Bru: Eu

[11:09, 02/03/2023] Bru: Tô aqui

[11:09, 02/03/2023] Bru: Sozinha

[11:09, 02/03/2023] Bru: Na poltrona tentando tocar brilha brilha estrelinha

[11:09, 02/03/2023] Bru: E o mundo em caos ao meu redor kkkk

Então eu penso, precisamos exaustivamente fazer parte do coletivo, mesmo que isso signifique estar inserido no completo caos ou vive aquele que optou estar a par com seu ukelele?