Meu coração se transformou numa passista de escola de samba no momento em que te vi de longe, ainda pegando as malas. Não tinha dúvidas, era você. E olha que eu não sei nem sambar, e olha que só vi passistas pela televisão.
Depois de uma breve e desesperada conversa com o Guimarães sobre ninguém estar com flores no aeroporto, e eu com três girassóis imensos, engoli a vergonha e acenei pra vocês. Mas, quem se importa? "Só se vive uma vez".
A verdade é que se fecho meus olhos, consigo ver detalhes bem pequenos dessa viagem, posso narrar cada um deles. Por muitos dias fiquei imaginando como seria invadir o seu banho e fazer carinho com o sabonete, com a água caindo. Engoli a vergonha e entrei, "só se vive uma vez".
Mesmo estando na primavera, os dias foram curtos e as noites longas. Era difícil colocar a cabeça no travesseiro e saber que as distancias tinham se encurtado. Era só um Uber, era só pegar o metrô. Foram dias muito felizes, eu só queria te ver feliz. Depois de muito engolir vergonhas, não consegui engolir o choro, desculpe por isso. É que ao contrário do "só se vive uma vez" que é um pensamento motivador, "eu não sei quando vou te ver de novo" é bastante assustador.
Muito obrigada por tudo, muito obrigada pela sua companhia, carinho e esforço. Obrigada pelas conversas, pela preocupação, por ter vindo, por ter se desafiado, por ter confiado em mim para me contar pensamentos tão íntimos, por ter se entregado.
Nunca fui triste.
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