Quando eu era adolescente, das mil coisas que inventei que queria e que seriam "maneiras", uma delas era conhecer todas as estações do metrô do Rio de Janeiro. Imagina descer em cada uma das estações por precisar ir a aquele lugar? Não por ter ido de propósito, saí de casa, fui, desci, vi, voltei. Não, ir mesmo. Ir para fazer algo naquele lugar.
Quando desci no Catete pela primeira vez achei tudo muito confuso, meio assustador até. Tinha muita gente na rua e aquela casa imensa em que o presidente se matou. Dizem que virou um museu e que quando você passa pela porta para entrar no quarto do presidente, toca uma musiquinha macabra. ui.
A Uruguaiana era outra que eu gostava de ir, mas nunca entendia como a minha mãe conhecia todas aquelas entradas, como ela não se perdia? Saia por um lado, entrava por outro e tudo dava no mesmo buraco. Incrível.
Lembro de quando precisei descer na Carioca pela primeira vez, foi para encontrar um menino. "Estou indo nas Lojas Americanas" anunciei antes de sair de casa. Eu tinha mania de andar a pé para cima e para baixo e era época de natal. Mas a Americanas ficava, tipo, 2 km da minha casa e a estação carioca, sei lá, muito mais que isso. A ida foi "estou numa aventuraaaa" e a volta "que ideia de merda, mds, vou ficar de castigo".
Mas a melhor história não é nem essa. A melhor de todas foi quando eu comecei a escrever fanfic e uma estudante da PUC me convidou pra uma iniciação científica lá. Foi o auge da minha ida ao metrô. Conversei com a moça pelo chat do site das fanfics e marcamos de nos encontrar pra conversar sobre a faculdade de letras. Na época eu ainda era colegial, mas já sabia que queria fazer esse curso. Ela me convidou para o lançamento de um livro no Flamengo. Falei com a minha mãe e ela deu uma ligeira surtada, dizendo que ia me levar, que podia ser um homem mal intencionado. Pois quando eu desci pela primeira vez na estação do Flamengo, lá estava a menina, também acompanhada da mãe.
Em algum momento, zerei as estações de metrô sem perceber, mas me lembro de algumas das histórias. Bom demais.
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