quarta-feira, 12 de junho de 2024

Martha Medeiros, de novo

 Nada como ter poesia no cardápio. Só ela consegue tornar palatável a crueza das nossas dores.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Oi, junho

Seja bem-vindo, vamos tomar um café?  

Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.

BILAC, O. Ao coração que sofre. In: Antologia Poética. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997.