Às vezes, durante as aulas, minha mente viaja. Não porque a aula está chata, mas porque vem uma ideia nova à cabeça. É curioso porque há muito tempo as ideias para novas histórias não me visitam e agora, que eu preciso de toda atenção e foco, elas se apresentam brilhantes e transparentes como vidro.
Dessa vez foi assim, eu estava na aula de informática. O professor falava sobre protocolos de e-mail, sobre as diferenças entre o POP3 e o IMAP.
No POP3, o cliente de email baixa as mensagens e as apaga do servidor. É o sistema mais usado, dá mais espaço para o servidor. No IMAP, é possível acessar as mensagens diretamente do servidor, podendo baixá-las ou não. É mais novo, melhor para o ambiente corporativo, porque facilita o acesso às mensagens quando o colaborador tem que usar mais de uma máquina.
Beleza. No meio de tudo isso, veio assim na minha cabeça
"Era uma vez um aplicador de provas de concurso público. No começo de sua carreira aplicando provas ele ficava muito desesperado vendo coisas que iam além de folhas de papel, canetas azuis e pretas de corpo transparente e corpos humanos a sua frente. Ao mesmo tempo que isso que ele via se mover pela sala, translúcido e coletivo, o causava pavor, trazia também fascinação. Por isso, ele continuou trabalhando com isso. Depois de anos formados apenas por domingos eternos de observação ele estava sério. Esperou o último candidato sair em trio, como sempre, para então questionar: por que, Deus, tantos candidatos saíam da prova e não levavam consigo sua confiança? Elas ficavam vagando pela sala até escapulir pela janela e encontrar seus determinados corpos."
A princípio essa ideia veio na forma de uma crônica, mas por haver esse elemento fantástico, talvez seja melhor transformar num conto.
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