segunda-feira, 11 de julho de 2022

Terapia, sim ou com certeza?

Existe uma grande diferença entre "ser" alguém, "ser alguém na vida" e "ser reconhecido como alguém". Esses conceitos acabaram se fundindo e confundindo a minha inocente cabeça de jovem-não-tão-jovem-assim. 

Comecei pensando que "ser alguém na vida" significava ter um emprego de carteira assinada. Daí o Ministério do Trabalho acabou, estudante passou a ser vagabundo e carteira assinada virou unicórnio no Brasil. Então ficou resumido, "ser alguém na vida" significa ter um emprego. Daí vieram três crises econômicas, uma pandemia, uma sequência de presidente bosta e a necessidade de muita terapia. 

 Na terapia, santa Julinha, aprendi que "ser alguém na vida" não é sinônimo de "ser", que o meu trabalho não sou eu, que eu existo, olha só, como um ser humano fora da minha profissão e ambiente de trabalho. Muito bem, quase tendo alta dessa questão particular, vem uma nova pergunta: mas eu to sendo reconhecida como alguém? 

As pessoas olham pra mim e me vêem? Ao que parece, até o presente momento, não. Porque nem todo mundo faz terapia e, consequentemente, não entende que a pessoa feminina pode existir - e pensar, veja bem - sem ganhar dinheiro o suficiente para "ser alguém na vida". 

Eu sou? Eu sou sim, me reconhecem e me respeitam? Não. Agora uma última pergunta, sou eu quem precisa de terapia pra viver com essa gente ou são eles que precisam de terapia pra cuidar da própria vida?

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