sexta-feira, 23 de abril de 2021

Muro de chapisco ou de trepadeira?

A solidão nos deixa anestesiados. 

Eu me virei do avesso e o lado impermeável está pra dentro.

Como é triste lançar baldes numa superfície sólida

Que não se pode nutrir

Os sentimentos batem e escorrem, frustrados, no chão

Empoçam, inertes.

Não voltam pro balde, não penetram o muro, não são enxugados

Aguentam apenas a lenta jornada de evaporação.

Nesse jogo você pode ser a fortaleza ou o idiota que leva o escorregão.

Remetente e destinatário de paradeiros desconhecidos

 Eu ainda sinto muito. Espero um dia não sentir muito e sentir diferente. Diferente de um jeito que não haja culpa ou questionamento. Mas eu ainda não entendo porque teve que ser assim. Que uma chuva de bençãos caia sobre a sua vida e você não tenha tempo de colher o ressentimento que sei que carrega. Que sua riqueza de espírito seja ainda maior do que toda material que você espera, e eu sei que é muita.

Esse é o tipo de história que eu não quero lembrar com dor, não a sua, não a minha, não todo esse tempo.