Andando pela faculdade por essas semanas de junho me dei conta de que minha cabeça estava a frente do meu presente. Me peguei pensando se aquela não seria a última vez que eu devolvia um livro à biblioteca ou se aquela não seria a última aula que eu assistiria. E de tanto pensar na mitológica "Última aula" atribuí a ela uma responsabilidade maior do que a coitada deveria carregar. Quanto mais expectativa eu criei para a aula, mais ela dava na minha cara. Quatro anos e meio de Letras para não aprender a desfrutar a brevidade dos textos falados? Para monitorar aquilo que é construído ali, na sua frente, que pode ser uma escultura em cristal, mas também uma argamassa empelotada e grossa.
A aula queria ser um anjo cristalino e as minhas expectativas e cobranças quase a transformou num muro chapiscado. A minha sorte é que ainda não acabou e eu posso entrar livremente pela sala dos meus amores, digo, professores, e assistir a um lindo espetáculo de gelo. Let it go!
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