O passarinho me contou
segunda-feira, 7 de julho de 2025
Quem sou eu longe de você?
sábado, 5 de julho de 2025
É tudo uma forma de linguagem, é tudo uma questão de linguagem
Nós lemos o mundo e damos sentido às coisas a partir das nossas afinidades. Cortázar relacionava a própria escrita ao jazz porque admirava a forma e os efeitos que esse ritmo musical em particular surtiam sobre ele e suas produções escritas. Eu leio Cortázar como uma colcha de fuxico porque a costura é uma forma de linguagem válida pra mim.
Meu amigo André vê o mundo a partir da gameficação e jogabilidade dos processos. Recentemente esteve na moda as "5 linguagens do amor" e como isso fez sentido para as pessoas. A moda, as roupas, a reciclagem, os brechós, o minimalismo, o vegetarianismo e o veganismo também são formas de expressão de discursos.
A cultura, seja ela qual for, é uma forma de linguagem. E através dessa linguagem nos relacionamos com o outro.
ZEREI O SÁBADO.
terça-feira, 1 de julho de 2025
CLT com plano de saúde sem assistência psicológica
Trabalhar pra pagar um psicólogo e ter com quem conversar francamente por uma hora durante a semana. Horário marcado, tudo bonitinho, sem julgamentos. Ah, as delícias da vida adulta.
segunda-feira, 30 de junho de 2025
Castelos de papel
Numa entrevista de emprego, certa vez, chamei a atenção dos avaliadores porque quando me fizeram aquela pergunta original "Se você fosse um objeto, qual você seria?", respondi que seria um caderno. Nesse dia não pensei em como receberiam a minha loucura: eu só falei sem parar sobre como os cadernos sempre representaram um universo infinito de possibilidades pra mim.
A memória veio como um flash. Eu me perguntei "Se houvesse o botão de controle parental na minha vida, quantas horas de escrita eu já teria?". Óbvio que tudo isso só veio a minha mente porque eu estou tentando escrever o trabalho do mestrado e também pensei "Se eu voltasse no tempo uns 10 e depois 12 anos, eu certamente estaria sentada no quarto ao lado lendo ou escrevendo"
Os números que não joguei
Há dias em que tudo perde o sentido e tenho muitas perguntas sobre a vida, sobre o destino, sobre o motivo de trabalhar exaustivamente todos os dias em troca de uns tostões.
Há dias em que tudo perde o sentido e não tenho nenhuma pergunta. São desses dias que tenho mais medo.
terça-feira, 24 de junho de 2025
Duas horas para escrever 300 palavras
Minha mente é capaz de criar coisas maravilhosas. Às vezes, quando termino de elaborar uma questão, fico orgulhosa do resultado e penso satisfeita "Que bom que fui capaz de fazer isso". O mesmo acontece quando escrevo partes do meu trabalho do mestrado e quando escrevo uma boa poesia ou crônica. A maior parte desses processos dá trabalho, demanda esforço e dificilmente as palavras se unem com facilidade.
É contraditório gostar do resultado de algo que, de certa forma, doeu? Seria então a minha satisfação pessoal, a partir do texto escrito, uma espécie de masoquismo literário?
hahahah gostei desse texto também
Palavra da moda, sentimento antigo
Na última semana reagi a uma novidade. Uma amiga, que está há longos anos num relacionamento, se percebeu atraída por outra pessoa. A cabeça dela foi longe, houve espaço para projeção de um futuro, uma ponderação sobre o que seria bom se aquele crush fosse pra frente.
Soube do ocorrido e esperei que ela tomasse sozinha a decisão que seria justa consigo mesma, com o outro. Apontei minhas considerações: termine o seu relacionamento antes de fazer qualquer coisa. Não é justo que, por mais sem sal que esteja a sua relação, você faça isso com o outro.
Esse casal já foi feliz um dia, já houve respeito, companheirismo, divisão de sonhos e de uma vida. Esse casal já teve muitas brigas, muitos desentendimentos, palavras duras e frustrações. Eu entendo quando as coisas precisam acabar, só não entendo qualquer justificativa que deem para trair.
Nesse dia chorei bastante ao refletir sobre essa história. Não entendi a princípio porque eu chorava tanto, mas depois de algumas horas entendi que era o tal do gatilho. Esse mesmo que todo mundo tem dito "vai me dar gatilho". Escutei tanto essa expressão e tantas vezes que em algum momento ela se tornou apenas um bordão. Acho que o perigo é esse, de falar em momentos tão descontraídos sobre uma situação séria.
O tema da traição, o "vou fazer todo o possível para ele nunca descobrir se for necessário" e o "não sei se cabem moralismos nessa situação" definitivamente ativaram algo no meu emocional. Sinceramente, amiga do cara ou não, continuo achando que ninguém merece passar por isso.