Na última semana reagi a uma novidade. Uma amiga, que está há longos anos num relacionamento, se percebeu atraída por outra pessoa. A cabeça dela foi longe, houve espaço para projeção de um futuro, uma ponderação sobre o que seria bom se aquele crush fosse pra frente.
Soube do ocorrido e esperei que ela tomasse sozinha a decisão que seria justa consigo mesma, com o outro. Apontei minhas considerações: termine o seu relacionamento antes de fazer qualquer coisa. Não é justo que, por mais sem sal que esteja a sua relação, você faça isso com o outro.
Esse casal já foi feliz um dia, já houve respeito, companheirismo, divisão de sonhos e de uma vida. Esse casal já teve muitas brigas, muitos desentendimentos, palavras duras e frustrações. Eu entendo quando as coisas precisam acabar, só não entendo qualquer justificativa que deem para trair.
Nesse dia chorei bastante ao refletir sobre essa história. Não entendi a princípio porque eu chorava tanto, mas depois de algumas horas entendi que era o tal do gatilho. Esse mesmo que todo mundo tem dito "vai me dar gatilho". Escutei tanto essa expressão e tantas vezes que em algum momento ela se tornou apenas um bordão. Acho que o perigo é esse, de falar em momentos tão descontraídos sobre uma situação séria.
O tema da traição, o "vou fazer todo o possível para ele nunca descobrir se for necessário" e o "não sei se cabem moralismos nessa situação" definitivamente ativaram algo no meu emocional. Sinceramente, amiga do cara ou não, continuo achando que ninguém merece passar por isso.