segunda-feira, 30 de junho de 2025

Castelos de papel

Numa entrevista de emprego, certa vez, chamei a atenção dos avaliadores porque quando me fizeram aquela pergunta original "Se você fosse um objeto, qual você seria?", respondi que seria um caderno. Nesse dia não pensei em como receberiam a minha loucura: eu só falei sem parar sobre como os cadernos sempre representaram um universo infinito de possibilidades pra mim. 

A memória veio como um flash. Eu me perguntei "Se houvesse o botão de controle parental na minha vida, quantas horas de escrita eu já teria?". Óbvio que tudo isso só veio a minha mente porque eu estou tentando escrever o trabalho do mestrado e também pensei "Se eu voltasse no tempo uns 10 e depois 12 anos, eu certamente estaria sentada no quarto ao lado lendo ou escrevendo"

Os números que não joguei

Há dias em que tudo perde o sentido e tenho muitas perguntas sobre a vida, sobre o destino, sobre o motivo de trabalhar exaustivamente todos os dias em troca de uns tostões. 

Há dias em que tudo perde o sentido e não tenho nenhuma pergunta. São desses dias que tenho mais medo.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Duas horas para escrever 300 palavras

 Minha mente é capaz de criar coisas maravilhosas. Às vezes, quando termino de elaborar uma questão, fico orgulhosa do resultado e penso satisfeita "Que bom que fui capaz de fazer isso". O mesmo acontece quando escrevo partes do meu trabalho do mestrado e quando escrevo uma boa poesia ou crônica. A maior parte desses processos dá trabalho, demanda esforço e dificilmente as palavras se unem com facilidade. 

É contraditório gostar do resultado de algo que, de certa forma, doeu? Seria então a minha satisfação pessoal, a partir do texto escrito, uma espécie de masoquismo literário?

hahahah gostei desse texto também 

Palavra da moda, sentimento antigo

Na última semana reagi a uma novidade. Uma amiga, que está há longos anos num relacionamento, se percebeu atraída por outra pessoa. A cabeça dela foi longe, houve espaço para projeção de um futuro, uma ponderação sobre o que seria bom se aquele crush fosse pra frente. 

Soube do ocorrido e esperei que ela tomasse sozinha a decisão que seria justa consigo mesma, com o outro. Apontei minhas considerações: termine o seu relacionamento antes de fazer qualquer coisa. Não é justo que, por mais sem sal que esteja a sua relação, você faça isso com o outro. 

Esse casal já foi feliz um dia, já houve respeito, companheirismo, divisão de sonhos e de uma vida. Esse casal já teve muitas brigas, muitos desentendimentos, palavras duras e frustrações. Eu entendo quando as coisas precisam acabar, só não entendo qualquer justificativa que deem para trair. 

Nesse dia chorei bastante ao refletir sobre essa história. Não entendi a princípio porque eu chorava tanto, mas depois de algumas horas entendi que era o tal do gatilho. Esse mesmo que todo mundo tem dito "vai me dar gatilho". Escutei tanto essa expressão e tantas vezes que em algum momento ela se tornou apenas um bordão. Acho que o perigo é esse, de falar em momentos tão descontraídos sobre uma situação séria. 

O tema da traição, o "vou fazer todo o possível para ele nunca descobrir se for necessário" e o "não sei se cabem moralismos nessa situação" definitivamente ativaram algo no meu emocional. Sinceramente, amiga do cara ou não, continuo achando que ninguém merece passar por isso.